Cartas e fotografias...

“Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim”

Foi isso que fiz nos últimos dois dias... joguei muita coisa fora... algumas já deviam ter ido há tempos, tipo o material de Geodésia... hehehehe

Mas também revirei aquela velha caixa que toda menina tem... aquela que guarda as cartinhas das amigas, um ingresso de cinema especial, um papel de chocolate, lembrancinhas de festas de 15 anos, convites de formaturas do segundo grau (sou da época do segundo grau! heheheh), cartões de aniversários e outras coisinhas que guardamos e que meninos nunca vão entender...

Mas a minha caixinha tem diminuído nos últimos anos, porque as vezes eu tenho certas, como posso chamar... “Crises de identidade”? Enfim... e coloco coisas fora... sei que foram escritas com carinho e foram recebidas e guardadas com carinho também... mas sinto que preciso me desfazer de coisas para conseguir começar uma nova etapa... mas me desfaço apenas das coisas materiais, que fique claro aqui: levo todos no coração para sempre! Aliás, sou daquelas bobocas de ótima memória que se apega fácil e que se lembra de pessoas e acontecimentos de muitos verões atrás, que ninguém mais lembra além de mim...

Reli carta por carta... ri, me emocionei, chorei... algumas eu guardei, de outras vou me desfazer... Não sei porque, mas gostaria que não ficassem bravos comigo... preciso disso, ainda mais agora... Minhas lembranças estão na mente, e se um dia eu ficar velhinha e não lembrar mais, não seria relendo as cartas que lembraria... acho até que seria pior: “Meu Deus! Quem era essa criatura que não me lembro mais e que disse que seria minha amiga para sempre???”

Acho que gosto mais das fotografias... essas guardo todas, pra sempre, até aquelas terríveis que jamais devem aparecer em um local público!

A música dos Paralamas é perfeita... a casa (e a alma) fica bem melhor assim... Cartas e fotografias, gente que foi embora... gente que ficou... gente que será “pra sempre”...

"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te" (Shakespeare)